A cirurgia refractiva não “cura” a miopia, o astigmatismo ou a hipermetropia - apenas permite que as pessoas façam a sua vida sem estarem dependentes do uso de óculos ou lentes de contacto. 

“se o paciente tem boa visão antes de ser operado, após a cirurgia terá uma boa acuidade visual, mas se sofre de lesões da retina, ou outras e que quer com óculos ou com lentes de contacto já via mal, a visão após a cirurgia será identica à que tinha com os óculos ou as lentes de contacto”.

O tratamento fotorefractivo pelo LASER de Excimer (Schwind Amaris 750s e o Chiron 217/100 Plano Scan/Tissue Saving) faz-se utilisando uma raio de luz ultravioleta, comandado por computador, que vai vaporizar pequenas quantidades do tecido da córnea, corrigingo a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo.            

Assim a cura da miopia, hipermetropia e o astigmatismo é “apenas o eliminar da necessidade absoluta que as pessoas tem de usar proteses oculares para verem bem”.

Teoricamente, podem ser operados por cirurgia refractiva todos os pacientes com mais de uma dioptria de graduação até ao limite fisiológico possível. 

Nem todas as pessoas podem ser operadas por LASER, mas isso é uma questão que terá de ser ponderada muito particularmente e caso a caso, e existem outras técnicas cirúrgicas para corrigir a miopia.

A cirurgia refractiva é feita com anestesia tópica (gotas) e tem uma duração aproximada de 15-20 minutos por olho, sendo totalmente indolor, mas “sentida”.

Contudo a permanência do paciente no bloco operatório será de cerca de 1 hora.

É necessária a colaboração do paciente pois deverá estar tranquilo e manter a fixação numa luz verde que estará a piscar no microscópio operatório, durante a segunda fase da intervenção.

A cirurgia fotorefractiva é sempre feita com o LASER de Excimer mas com duas técnicas diferentes:

  1. PRK: a cirurgia de superfície e utilizada apenas em casos muito pontuais, nomeadamente em córneas pouco espessas ou irregulares. Mas feita com o LASER de Excimer.
  2. iLasik: a (cirurgia intraestromal) a técnica hoje mais utilizada.

Esta compõe-se por duas fases cirúrgicas

A 1º fase - Queratomileusis - onde se faz a criação do “flap” (lamela corneana). 

Este passo hoje é feito utilizando um LASER - o Intralase Femtosecond 150, que veio substituir os microqueratótomos de lâmina, que permite uma maior precisão da espessura, dimensão e centragem do flap e eliminar as complicações que o corte com lâmina podia originar.

A 2º fase - a queratectomia fotorefractiva em que se faz a correcção do erro refractivo (graduação), esta feita com o LASER de Excimer.

Com o decorrer da operação vai sendo mais difícil ver a luz de fixação, mas sempre possível, por esta se tornar mais difusa, e aí, a sua colaboração é importantíssima para o sucesso cirúrgico, pois deverá manter-se a fixar a luz o melhor que lhe for possível.

Acabada a operação pode haver necessidade de se colocar uma lente de contacto (sempre no PRK) sem graduação, que não só lhe permitirá ver como também faz de penso transparente e permite que lhe sejam instilados os colírios necessários.

Esta lente permanecerá no olho por um período de 1 a 6 dias.

Durante este período, além de haver uma visão enevoada,vai sentir a sensação de corpo estranho (areia) no olho, nem sempre da mesma maneira, pois umas vezes mais outras menos sentirá o incómodo.

É possível que as palpebras “inchem” um pouco, e que haja um lacrimejo incomodativo.

Neste pós-operatório imediato vai instilar os colírios que serão apropriados ao seu caso, e para o que lhe será dita a posologia no dia da operação.

Será observado no dia a seguir à operação, e receberá instruções para quando a nova consulta.

Vai manter o tratamento durante 3 semanas, período após o qual será informado da terapeutica a continuar.

A recuperação visual tem uma melhoria imediata a seguir à cirurgia, mas é mais ou menos lenta em função da graduação, pois quanto mais alta esta for menos rápida aquela é.

A avaliação final será ao fim de 3-4 meses, altura em que a graduação terá estabilizado.

Assim pelo que aqui se diz, está perante o mais sofisticado e mais moderno meio de se lhe tirar a necessidade do uso de proteses oculares. Mas mesmo assim não é um método infalível e através do qual não podemos garantir 100% de “cura”.

Há sempre a possibilidade de necessitar de nova intervenção (retoque) ou de usar óculos em determinadas situações, nomeadamente com luz artificial ou para a visão nocturna.

Esta decisão final será sempre tomada de acordo entre o médico e o paciente.

Pode haver uma cicatrização anómala (no PRK), e uma fina camada de tecido cicatricial (haze) deposita-se na cornea impedindo uma visão nítida. -

Em muitos casos resolve-se espontaneamente, mas por vezes temos de recorrer a uma “limpeza” pelo LASER.

Por estes métodos a cirurgia por LASER é hoje muito fiável, pelo que actualmente podem operar-se os dois olhos na mesma sessão.

O retorno às suas actividades depende da técnica utilizada (iLasik ou PRK), mas normalmente é entre os 2 a 6 dias.

Como limitações há que evitar os banhos de piscina ou de mar e desportos ou situações com risco de traumatismo ocular durante cerca de 2 semanas.

Evitar maquilhagem palpebral durante um período idêntico.

Actualmente um dos problemas com que se confronta a oftalmologia é a progressiva secura ocular.

Esta secura aumenta após a cirurgia e só se restabelece o equilibrio fisiológico 4 a 6 meses depois.

Por isso a instilação regular de substitutos lacrimais (lágrimas artificiais) é essencial no pós-operatório a curto, médio e longo prazo.

Como nota final lembrar aos pacientes míopes com mais de 45 anos que a sua visão para perto irá ser diminuida, pois que “deixando de ser míope” passa a ter necessidade de usar óculos para a leitura, como é normal em qualquer pessoa que não tenha miopia.

Ao contrário, os pacientes com hipermetropia melhoram a sua visão para a leitura. 

Vai ler estas palavras depois de ter falado com o seu médico e, se decidir pela operação, assinará o respectivo termo de autorização cirúrgico (consentimento informado).